Relátorio da visita de estudo!

Ficou combinado que nos encontrávamos todos no portão da escola às 8.30m com a prof.ª de História aa Cultura e das Artes e a intérprete Luzia.

Com a pontualidade de todos, e as pessoas presentes, partimos à hora certa, fomos a pé até à estação de metro da Alameda, demorámos cerca de 10 minutos, por fim, quando lá chegámos apanhámos o metro, com destino à Baixa-Chiado.

Quando chegámos, encontrámos mais professores e mais alunos logo na saída da estação.

A visita de estudo começou no café “A Brasileira", onde Fernando Pessoa se encontrava com os seus amigos, também escritores. Bebia uma bica (e logo aprendi o significado da "bica": Bebe Isso Com Açúcar).

De seguida, fomos até ao Largo de Camões onde vimos uma das casas onde viveu Fernando Pessoa. Foi a parte de que menos gostei pois não está tal como quando o Poeta a deixou pois com o passar dos tempos, foram alterando o exterior, tornando-o cada vez mais moderno, por isso, quanto a mim, perdeu muito do seu interesse, mantendo, embora, o seu valor simbólico.

Por fim, na última parte do roteiro Pessoano de manhã, fomos ao local onde Fernando Pessoa nasceu, mais uma vez não gostei, pelo mesmo motivo que acabei de escrever lá mais em cima. A mim, o que me desperta mais interesse é ver que um local se mantém tal como estava quando alguém partiu...

Seguimos para uma Igreja onde o Poeta foi baptizado.

Na parte final do programa, ainda de manhã, visitámos o Museu do Chiado, identifiquei-me muito como título "a procura da identidade própria". Tivemos sorte com guia que nos explicava muitíssimo bem cada obra e, assim, pudemos verificar o seu valor e a sua importância.

Há uma coisa que concordei logo e em que fiquei sempre a pensar: pode haver muita gente ao mesmo tempo e no mesmo sítio mas a solidão sentir-se na mesma.

Vimos vários esquemas das obras dos diversos artistas que consideram a vida, o seu jogo, a sua arte, a sua experiência de viver...

Esta visita demorou cerca de uma hora e gostei imenso!

O programa da visita de estudo ainda previa a continuação do percurso Pessoano na Baixa, mas a prof.ª de HCA e a intérprete tinham outra visita de estudo a tratar e não nos podia acompanhar mais tempo. Por mais estúpido que pareça, os alunos surdos também se foram embora para a casa.

Sinceramente não gostei muito do roteiro do Poeta porque não gosto deste tipo de passeios (excepto, talvez um dia fazer o da Anne Frank porque sou sua fã número um). Gosto mais de passeios filosóficos, nos museus, exposições, paisagens... Em suma, de tudo menos o que contém história , mas adorei a visita do Museu que, seguramente, que irei visitar mais vezes!

Rita

Auto-retrato

Cabelo ondulante

cheio de vida,

da força natural do mar,

o ritmo.

Franja esvoaçante,

na testa morena.

Olhos grandes, redondos

castanhos,

pequenos ficam

em momentos tristes.

Iguais aos do seu amado,

selvagens, sedutores.

Nariz pequeno,

ternurento.

Lábios difíceis de curar,

grossos, doces

tanto amor para dar

tanto desejo de o receber.

Um beijo dado sabe bem

(é o que dizem!)

Rosto oval,

umas borbulhitas

aqui e mais ali

(que irritantes são)

Por fim

bonita ou feia,

não sei,

uma só certeza,

no interior, muito bela!

Rita

Reflexão de um (qualquer) aluno do 10º - F acerca da conferência da Ana Rita

Hoje na aula de Português, recebemos uma miúda que se chama Rita que era surda e falou um pouco de si e do seu mundo silencioso.

Gostei, afinal aprendi dactilogia e os números mas alguns são difíceis caramba mas ela dominava na boa, sem stress. Mas fiquei parvo ao saber que falava assim, tipo percebia-se, pois pensava que os surdos não falavam...

Ela foi bacana de dar o seu email para o caso de termos dúvidas, pois ao ver, a sua maneira de vestir parecia chique, uma tiazinha de Cascais e não partilhava nada.

Mas, ó pena não levei a máquina fotográfica =( fica para a próxima! Vou roubar a da E. tssssssssshhiu….segredo!

Bem, diário, estou com pressa para ir almoçar em casa dos meus avós depois escrevo aqui a conversa que tive com a Rita.

Beijos

A Minha Reflexão

Recebi a proposta da prof. E, para fazer uma pequena conferência acerca do meu silêncio a uma turma dela, de ouvintes.

Em princípio achei assustador, recusei sem pensar nas vantagens que podia ter.

Mas, com a insistência da prof acabei por dizer "sim" ainda com relutância. Foi preciso um puxão de orelhas para que eu aceitasse, ou seja, no meu íntimo não queria mas fui fazer a vontade da minha prof ( chatinha =)).

Quando chegou a Hora H, tremia de nervos, até se notava, pensava que não era capaz, no entretanto comecei a falar de mim e do meu silêncio, pausada e claramente para que me entendessem bem.

Com o passar do tempo fui-me sentindo mais à vontade, também com o apoio simpático da turma, o que me facilitou...

De seguida, no meu discurso , veio a parte que mais gostava: o questionário! Houve uma pergunta que me tocou imenso, a do jornalista Nuno, mas é uma coisa que tenho de lidar para sempre: -Se às vezes sonho ser ouvinte? Sim , sem dúvidas.

No final da aula ainda foi mais divertido, ensinei-lhes dactilogia e os números =)

Por fim, os nervos, a ansiedade, a insónia... valeram a pena!

Gostei muito desta pequena conferência. Foi uma experiência fantástica, posso dizer que me enriqueceu porque venci o medo de mim própria, tenho mais confiança em mim, mais conhecimento e sinto-me mais preparada para uma próxima conferência, com o objectivo de despertar o interesse nas pessoas para terem a iniciativa de aprender Língua Gestual, talvez novas amizades, não me deixar cair pelo poço de Medo!

Rita

Imagens da "minha conferência" no 10º - F

O Mundo Silencioso da Rita.

Com a turma de ouvintes da prof E., «o meu silêncio», na sala 014 da António Arroio, na quinta feira, às 10h 30m.

Percurso de uma jovem surda, de 18 anos, desde o nascimento, passando pela aprendizagem da fala, da escrita, pelo sofrimento da terapia da fala, até aos incentivos dos amigos e familiares.
O ensino básico de Língua Gestual, dactilogia e os números em língua gestual.

Espaço para esclarecer dúvidas sobre "um percurso no silêncio".

poesia visual de E.M. de Melo e Castro

os senhores Poetas - os dos acrósticos e todos os outros que não tiveram tempo - querem também colaborar agora,

enviando-me alguns dos seus poemas?

aguardo...aguardo...aguardo...ansiosa :)))

De volta ao ACRÓSTICO

meus queridos amigos, um grande obrigado

ajudaram-me muito :)

Amora, amorzão, amorzinho

Não importa a qualidade

A menina contente com isso.

Romântica para o seu principezinho

Impossível beijinhos não lhe dar

Tantos quantos os grãos das

Areias nas imensas praias do mar

Ana Rita

ACRÓSTICO***

Muito

Atentamente

Rigorosa

Indiferente

A brincadeiras

se me chamasse MARIA

assim seria

quem me auxilia

nesta poética fantasia?

*** é um jogo poético que consiste em formar palavras a partir da primeira letra de um nome ou a primeira palavra de cada verso de um pequeno poema.

no dia dos meus anos, um verso de Álvaro de Campos