quinta-feira, julho 12, 2007

... nas férias - VI


Diário actual


Ali estava eu, bastante confusa, a pensar mil coisas ao mesmo tempo, baralhada, perdida, nem sequer sabia o que fazer... chorava tanto sem saber o motivo certo, tinha um rancor enorme dentro de mim que me atormentava imenso, tinha um pouco de tudo o que era negativo... Pedi ajuda a uma pessoa para que me consolasse, mas ela não estava lá como prometeu. Ainda fiquei pior porque naquele momento precisava mesmo dela, queria ouvi-la, precisava de a ouvir dizer-me, baixinho, ao ouvido: chora princesa, estou aqui para tudo, mas depois quero ver um sorriso.... Mas, infelizmente, fiquei ali na varanda a chorar... Abria a janela para ver se melhorava mas o vento não me impedia de limpar as lágrimas. E tão frio que desisti de ali ficar ! Estava tão mal que me apetecia gritar o mais alto possível. E tinha medo... Naquele momento tinha medo de tudo! Só queria ser feliz...


Os meus pulmões estavam ofegantes e cansados do esforço da respiração ofegante, o meu corpo estava muito fraco, sem energia, os meus olhos doridos da tentativa de libertar tanta dor...

Num esforço máximo, decidi parar de pensar no que me atormentava... Comecei a pensar nas coisas boas que tenho na vida, e naquilo que ainda vou ter *

... Guardei as minhas lágrimas numa garrafa de vidro e atirei-a ao mar, desejando que as ondas não ma tragam de volta, só quero que a levem para bem longe, o mais longe possível!


*Ainda espero ouvir: Minha princesona...


quinta-feira, julho 05, 2007

... nas férias - V


DIÁRIO DE QUANDO ERA PEQUENINA



Sonhei que era bailarina, o centro das atenções no enorme palco, aquela a quem as pessoas aplaudem... onde existe apenas um foco de luz direccionado para mim, onde quer que eu estivesse a luz perseguia-me como se eu fosse uma famosa... Gritos de entusiasmo: Força, filha! És maravilhosa, amor! ... Música suave a calorosa a acompanhar-me na dança.
Bailava como um profissional que aparece nos teatros, na televisão, com grande desenvoltura... Passos deslumbrantes, gestos únicos e com grande criatividade, sempre com um enorme sorriso no rosto... Tanta gente a admirar, uma bela melodia, respiração ofegante, formigueiros nos pés.

De repente, veio o meu mundo, ficou tudo negro, e eu toda assustada...

Já bem acordada, reflecti que era a minha surdez a impedir!!

... mas vou continuar a sonhar, pois sem sonhos não somos nada!