quarta-feira, novembro 29, 2006


BELEZA(s)



Lá longe, nos confins do mundo, onde existem bosques com imensidão de árvores, animais selvagens, hectares e hectares de terra ... Uns sítios extraordinários, na beleza que reservam, inexplicáveis.
Mas, quase inacreditável de tão contrastante, num sítio desses, havia uma rapariga jovem, muita tímida, muito feia (coitada que não merecia!), enormes borbulhas, a cara cheia de pontos negros, dentes tortos, nariz enorme, incapaz de olhar para baixo, cabelo tipo palha. Feia, mesmo feia.
Os anos foram decorrendo e a menina, transformada agora em jovem mulher, feia, feia continuava. De longe em longe, apareciam caçadores de animais, ou cavalheiros nobres que, quando cavalgavam, viam aparecer-lhes, quase de súbito, uma casa isolada, pequenina muito cuidada, cercada de heras bem verdes e um jardim com florinhas bem lindas, e, movidos pela curiosidade, iam até lá para ver o que era..
Muitas vezes a jovem era apanhada de costas a regar as flores, porém, mal virava a cara, lá fugiam todos a sete mil pés.
Mas num dia de sol radiante, aparentemente normal, como todos os outros, tudo mudou completamente. Um cavaleiro, quase a cair do cair do cavalo, muito ferido, sangrando abundantemente, com uma seta espetada no braço, apareceu. A menina, que regava flores, foi apanhada de supresa mas, sem pensar duas vezes, foi de imediato ajudá-lo, desinfectou-lhe as feridas, e, num enorme esforço, levou-o para dentro de casa.
Ele, quase inconsciente, deixou-a tomar conta dele.
A rotina da jovem foi completamente modificada pois, a sua grande preocupação era prestar cuidados ao seu doente. Claro está que em breve se apaixonou por aquele homem simples, honesto e compreensivo. À medida que ia recuperando a saúde, o cavaleiro apreciava todas estas atitudes positivas e nunca se assustou com a fealdade da moça, nem se preocupou com o aspecto dela.
Com o passar do tempo o cavalheiro e a menina foram-se tornando amigos cada vez mais íntimos, trocavam confidências, falavam do passado, do que gostariam para o futuro.
O jovem homem ajudou-a a transmitir a sua beleza interior e ela ajudou-o a ser um homem bondoso, carinhoso...
Por fim, descobriram-se apaixonados um pelo outro e decidiram viver sempre naquele bosque, longe dos que julgam só pelas aparências, longe das invejas...

E ela foi-se tornando mais bonita, cada vez mais bonita!
E criaram filhos lindos!!


P.S- A moral desta história é que há sentimentos bem mais importantes do que a beleza exterior. A jovem desta história era uma pessoa de ouro, uma personalidade de 5 estrelas!



Lindo =) diz a stora



2 Comments:

Blogger wind said...

Bela prosa e tens razão.
Interessa é a beleza interior:)
beijos

5:15 da tarde  
Blogger Julieta Pinheiro da Silva: professora de Português. Integra equipa da biblioteca da Escola António Arroio. said...

Muito bem!

Dizia a raposa em O principezinho de Saint-Exupéry: "o que é verdadeiro é invisível para os olhos".

Parabéns pelo texto.

Ju

12:12 da manhã  

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